Fonte: O Estado de S. Paulo Cidade se esforça para atrair produções e obter fatia dos lucros milionários do setor 29 de março de 2011 | 0h 00 Bruno Boghossian - O Estado de S.Paulo Apesar da estrutura ainda pequena, da falta de política de incentivos e da concorrência de países com polos cinematográficos tradicionais, a cidade do Rio ampliou seus esforços para atrair grandes produções de cinema e TV, dando os primeiros passos na tentativa de se transformar na Nova York latino-americana. O objetivo das autoridades é usar paisagens famosas e cenários históricos para fortalecer o Rio como locação de produções nacionais e internacionais - entre longas-metragens, videoclipes e filmes publicitários. Em pouco mais de um ano, o escritório responsável por oferecer a cidade como cenário, o Rio Film Comission, já comprovou o potencial milionário da indústria: em dez dias de filmagem, o quinto filme da série Velozes e Furiosos pagou US$ 3 milhões a produtoras, locadoras de equipamentos e outras prestadoras de serviços do município. O lucro para as empresas cariocas poderia chegar a US$ 50 milhões caso a cidade conseguisse superar a concorrência internacional, segundo Sérgio Sá Leitão, diretor-presidente da RioFilme, empresa municipal de incentivo à produção audiovisual, à qual a Rio Film Comission é vinculada. "A história de Velozes e Furiosos 5 se passa integralmente no Rio mas, exceto os dez dias filmados aqui, todo o resto foi rodado No ano passado, as megaproduções Velozes e Furiosos 5 e Amanhecer (quarto filme da série Crepúsculo) empregaram cerca de mil pessoas no Estado. O município ainda recebeu a gravação de um videoclipe das cantoras Alicia Keys e Beyoncé e serviu de cenário para a animação Rio, que teve lançamento mundial na cidade, dia 22. No rastro de Nova York. A Rio Film Comission, reestruturada em setembro de 2009, funciona nos moldes do escritório municipal nova-iorquino. Produtores interessados em usar áreas do Rio como locação fazem seus pedidos à entidade e recebem orientações sobre a escolha de espaços, fornecedores e prestadoras de serviços. O benefício para o setor audiovisual é ampliado pela exigência de que produções estrangeiras se associem a empresas nacionais para filmar no País. O escritório municipal também é responsável pela obtenção de licenças e autorizações para a interdição de ruas. "São necessárias licenças para filmagem em áreas tombadas, de proteção ambiental, para fechar uma rua e outros requisitos. Além disso, em caso de interdições, a prefeitura desloca agentes de trânsito para reduzir o dano à população", explica Sá Leitão. Em novembro do ano passado, moradores da Lapa chegaram a protestar contra a interdição de ruas do bairro durante a produção de Amanhecer, apesar de a Rio Film Comission ter garantido que realizou reuniões e notificou os moradores com semanas de antecedência. Transtornos semelhantes são comuns em cidades com tradição cinematográfica, como Nova York, mas a população já incorporou os eventos à sua rotina. A cidade americana precisou reformar sua estrutura diversas vezes nas últimas décadas, pois começou a perder filmagens para Chicago, Baltimore e cidades canadenses, onde os custos eram menores. Há quase três anos, o Rio disputava com outras cidades a chance de receber a filmagem de um longa-metragem do diretor Woody Allen. O objetivo era aproveitar o modelo usado Produtores de Allen estiveram no Brasil em 2009. O governo do Rio e a prefeitura da capital se comprometeram a captar recursos para a realização do longa, mas o diretor acabou escolhendo Roma como cenário de sua próxima produção. Para autoridades da capital fluminense, a exposição da imagem do Rio em filmes internacionais funciona como propaganda positiva da cidade no exterior e contribui para a expansão do turismo. "Com a Rio Film Comission, estamos facilitando a vida de quem quer filmar aqui no Rio e conquistamos uma divulgação espontânea da cidade", afirmou o prefeito Eduardo Paes. Fonte: Folha de S. Paulo Caderno: Ilustrada O PESADO CLIMA SOCIAL DA ÉPOCA ESTÁ PRESENTE O TEMPO TODO ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Entre 1967 e 1975, uma equipe de jornalistas da televisão pública sueca fez uma série de reportagens sobre o movimento negro dos EUA. Filmado em 16mm, o material ficou esquecido em um corredor da emissora por mais de três décadas até ser recuperado, graças a um acaso, por Göran Hugo Olsson. Recompensado com o prêmio de melhor montagem na mostra World Cinema Documentary, no festival de Sundance deste ano, "Black Power Mixtape" oferece uma visão esclarecedora da luta pelos direitos civis dos negros, destacando o papel de seus líderes mais importantes. Olsson organizou as imagens cronologicamente e colheu comentários feitos por personalidades da comunidade afro-americana. Aparecem no filme os cantores de hip-hop Erykah Badu e Talib Kweli, o ator e cantor Harry Belafonte, o poeta Abiodun Oyewole, entre outros, que acrescentam dimensão didática e contemporânea às imagens. "EMPOWERMENT" O documentário aborda questões centrais do movimento negro, como a não violência e o "empowerment" -processo de reconhecimento, criação e utilização de recursos por indivíduos e comunidades, que melhora a eficácia do exercício de sua cidadania. Também mostra o papel do partido dos Panteras Negras neste processo. O pesado clima social e político daquela época, marcado pela oposição à Guerra do Vietnã, está presente o tempo todo. O documentário descreve também as duras condições de vida da comunidade negra e suas relações com a justiça, as drogas, a violência, as raízes africanas, a música e a literatura. ANGELA DAVIS Talvez o ponto alto seja a entrevista concedida em 1972 pela professora e ativista Angela Davis em uma prisão californiana, acusada de cumplicidade em assassinato. Davis oferece um relato aterrador sobre como a violência fez parte de sua infância em Birmingham, no Estado do Alabama. O ponto de vista dos repórteres suecos enfatiza o lado humano desta luta com alguma ingenuidade e contida compaixão. Além disso, o filme não deixa de abordar as críticas de alguns americanos à imprensa do país nórdico, que mostraria apenas os lados mais desfavoráveis da realidade americana. O filme repudia as acusações de antiamericanismo, mostrando que o interesse da sociedade sueca pelo movimento negro nasceu em 1964, quando Martin Luther King (1929-1968) recebeu o prêmio Nobel da Paz. BLACK POWER MIXTAPE DIREÇÃO Göran Hugo Olsson QUANDO amanhã, às 21h, no Cine Livraria Cultura; dia 8/4, às 15h, no CCBB CLASSIFICAÇÃO não informada AVALIAÇÃO ótimo Fonte: Folha de S. Paulo Caderno: Ilustrada "Rede revolucionou filmes", diz diretor Ali Ahadi, de "A Onda Verde", utilizou textos de blogs para documentar a última eleição presidencial no Irã Festival ainda traz "A Vida em um Dia", filme montado inteiramente a partir de vídeos de usuários do YouTube Divulgação Em meados de 2009, quando preparava um documentário sobre a eleição presidencial do Irã -que, a despeito das suspeitas de fraude, reelegeu Mahmoud Ahmadinejad-, o cineasta Ali Samadi Ahadi se deparou com um problema. Os jornais do país não apresentavam um relato confiável sobre o que estava ocorrendo. "Não temos imprensa independente no Irã. E os jornalistas estavam presos", ele lembrou, por telefone, à Folha. Ahadi -um iraniano exilado na Alemanha- passou, então, a se valer de informações periféricas. De Berlim, onde estava, garimpou relatos em blogs, páginas do Facebook e do Twitter. "Li 1500 blogs, escolhi cerca de 15", disse. A partir deles, montou a linha narrativa de "A Onda Verde", condensada em dois personagens fictícios, desenhados por animação. O filme está em cartaz na 16ª edição do festival de documentários É Tudo Verdade, que acontece de hoje até 10 de abril, em São Paulo e Rio de Janeiro. Dos 92 filmes selecionados, não é o único a se valer da internet como fonte primária de informação. "A Vida em um Dia", de Kevin MacDonald, retrata um único dia -24 de julho de 2010-, a partir de vídeos postados no YouTube. O trabalho do diretor foi condensar 4.500 horas de imagens, de 80 mil usuários, em uma hora e meia de filme. "O processo não foi apenas criativo. Foi logístico", informou MacDonald, também por telefone. Ele vê a apropriação da internet como natural: "Nos últimos cinco anos o mundo mudou tanto, as pessoas passaram tantas horas em comunidades sociais, que isso inevitavelmente repercutiria no cinema e na literatura." EXPERIMENTAÇÃO Amir Labaki, curador do É Tudo Verdade, diz que o documentário é um gênero mais permeável a outras linguagens do que a ficção: "Por estar à parte da grande indústria, ele tem menos compromisso, e mais espaço de experimentação." O crítico de cinema Carlos Alberto Mattos, autor do blog "Rastros de Carmattos", diz que filmes como "A Vida em um Dia" e "A Onda Verde" "legitimam vozes até então marginais". Ele explica: "O blog mostra a experiência humana, na falta de um relato institucionalizado de confiança. Um filme sobre aquele momento do Irã só poderia ser feito dessa forma." Mattos diz que os dois filmes colocam o documentarista em uma nova posição: "Antes o problema do diretor era ter acesso aos fatos. Hoje, ele precisa administrar o excesso. Cada um de nós é um curador em potencial." Kevin MacDonald, de "A Vida em um Dia", diz ter recebido vídeos de 60 tipos diferentes de câmera. Ali Samadi Ahadi, de "A Onda Verde", se lembra de ter filtrado "toneladas de imagens" para preparar seu documentário. "A internet está provocando uma revolução nos filmes", conclui o iraniano. Fonte: Folha de S. Paulo Caderno: Ilustrada Festival de documentários revela que interesse pela história cresceu após o 11 de setembro 31 de março de 2011 | 0h 00 Luiz Zanin Oricchio - O Estado de S.Paulo Qual a relação de um filme com a realidade? A pergunta está sempre presente a cada vez que imagens em movimento são projetadas sobre uma tela. E a questão se torna mais urgente, em particular, se essa obra se intitula um "documentário". Queremos sempre saber se, em que medida, essas imagens dizem a "verdade" sobre o "real". Por isso o tema estará em discussão ao longo desse que é o mais importante festival de documentários do País, o É Tudo Verdade, criado e dirigido pelo jornalista Amir Labaki, que começa hoje. O festival, em sua 16.ª edição, tem seu título inspirado no filme incompleto realizado por Orson Welles no Brasil. Na abertura, a exibição de The Black Power Mixtape, de Göran Hugo Olsson, sobre o movimento ativista negro nos Estados Unidos, no fim da década de 1960, começo dos 70. Início estupendo, sem dúvida, mas apenas um aperitivo para o cardápio completo, que terá um total de 92 documentários vindos de 29 países diferentes. Entre eles, 18 brasileiros inéditos, prova de que o gênero se encontra em grande fase no País. Como não se perder em meio à maratona? Amir acha que é melhor não opinar nem eleger favoritos: "Todos esses títulos selecionados representam apenas 5% dos que se inscreveram; é um universo muito amplo, de modo que dar dicas seria um pouco como fazer a escolha de Sofia". Para quem não se lembra do filme A Escolha de Sofia, de Alan Pakula, nele a personagem de Meryl Streep se vê obrigada a escolher entre dois filhos queridos, para salvar um e sacrificar o outro. Um dilema terrível, como o que acomete o diretor de um festival quando convidado a optar entre filmes selecionados. Se Amir, compreensivelmente, prefere não citar títulos favoritos, não se nega a discutir uma espécie de linha geral que passa entre os filmes que serão apresentados este ano: "A novíssima safra me parece marcada por essa ênfase em captar sob a ótica privada as principais questões públicas, como o movimento pela democratização no Irã (A Onda Verde) e o fortalecimento do engajamento religioso (Posição Entre as Estrelas), para ficar em apenas dois exemplos. É como se houvesse agora uma síntese dialética entre a tendência intimista que era marcante na década de 1990 e a retomada social e política que se seguiu ao 11 de setembro". Quer dizer: os cineastas voltaram a ter consciência de que não adianta as pessoas não se interessarem pela política, porque a política sempre se interessa por elas. Não é pouca coisa Fonte: Folha de S. Paulo Caderno: Ilustrada 31 de março de 2011 | 6h 00 Luiz Carlos Merten - O Estado de S.Paulo Como todo ano, o cinéfilo prepara-se para a maratona que vai começar. No segundo semestre, tem a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. No primeiro, tem o Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade. Os números são superlativos - 18 documentários brasileiros inéditos; 92 documentários vindos de todo o mundo, que vão proporcionar um passeio por nada menos do que 29 países. O próprio criador e diretor artístico do evento, Amir Labaki, comemora a diversidade. Não existem dois documentários, entre os sete longas da competição brasileira, que se assemelhem. No panorama internacional, a diversidade também dá o tom, mas existem algumas conexões interessantes. Basta pegar A Onda Verde, de Ali Samadi Ahadi, da Alemanha, na competição, e A Vida em Um Dia, de Kevin McDonald, do Reino Unido, que integra a seleção Programas Especiais. Montagem brilhante. Ambos trabalham sobre materiais pré-existentes. O cineasta iraniano recorre a testemunhos diretos e a postagens em blogs, no Twitter e no Facebook para reconstituir o clima das polêmicas eleições presidenciais de 2009 em seu país McDonald organiza em blocos as imagens geradas por usuários do YouTube ao redor do mundo, num único dia (24 de julho de 2010). Cerca de 80 mil pessoas postaram seus vídeos. McDonald fez um radical - e brilhante - trabalho de montagem, partindo de 4.500 horas de material. As novas plataformas eliminam fronteiras. Mais do que isso, a rede social que aproximou os opositores do regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad desempenhou um papel significativo na eclosão dos movimentos populares no mundo árabe - na Tunísia, no Iêmen, no Egito e na Líbia. Diferenças culturais. O filme do YouTube, produzido pelos irmãos Tony e Ridley Scott, é uma celebração da diversidade cultural planetária. As pessoas pensam e agem de formas diferentes, em diferentes culturas, mas a humanidade - e a emoção - essas são genuínas em toda parte. A competição brasileira traz desde um retrato da luta por terra naquele que já foi o maior latifúndio do Brasil - a fazenda Suiá Missu - no interessantíssimo Vale dos Esquecidos, de Maria Raduan, até o perfil de Tancredo Neves por Sílvio Tendler (na mesma vertente de Os Anos JK e Jango, do diretor). Brasileiros radicalizam a experimentação nos Programas Especiais - Os Cavalos de Goethe é Arthur Omar ao quadrado; a dose dupla de Carlos Adriano traz Santos Dumont - Pré-Cineasta? e Santoscópio = Dumontagem, ambos inspirados pelo carretel de fotos em que Santos Dumont explica seu invento ao honorável C.S. Rolls. Carlos Adriano só precisa disso para tecer obras instigantes. Fonte: O Estado de S. Paulo Cineastas amadores fazem curtas tendo essa região da cidade como pano de fundo 31 de março de 2011 | 0h 00 Edison Veiga - O Estado de S.Paulo Centro de São Paulo. Boas histórias. Aspirantes a cineasta com câmeras na mão e ideias na cabeça. Uma oficina de cinema. Pronto: esses ingredientes deram origem a sete curtas que serão exibidos a partir das 19h de hoje no encerramento da 10.ª edição da Mostra do Filme Livre, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). "O diferencial dessa oficina foi que privilegiou as pessoas que não tinham experiência anterior na área audiovisual", explica o coordenador do trabalho no Centro Cultural Banco do Brasil, Christian Saghaard. "No início, dedicamo-nos a ensinar à turma (de 12 alunos) conceitos básicos de linguagem de cinema. Depois, fomos a campo e realizamos as obras." Com o centro como pano de fundo, os cineastas de primeira viagem produziram documentário, monólogo, filme-cabeça e infantil, em um passeio divertido pela metrópole e seus personagens, entre o lúdico e o real. "Minha paixão sempre foi cinema, então vi na oficina uma oportunidade", conta a estudante de Publicidade Carol Barão, de 21 anos, autora de Come, Homi, Come, sobre uma prostituta que bate ponto na frente da Catedral da Sé. "O centro de São Paulo é um ambiente bem insano, que tem tudo a ver com personagens fortes como a do meu filme." Já o aposentado Luiz Carlos Tanaka, de 63 anos, veio de Brasília para participar da oficina. "Eu ganhei uma câmera de vídeo e não sabia operá-la. Então me inscrevi para o curso", diz ele, que filmou Mãos À Obra de Arte. Personagens. Autora do lúdico O Mapa do Menino Colorido, a publicitária Thaísa Valadão Pacheco, de 26 anos, tinha certa experiência prévia. "Morei em Londres e lá fiz dois curtas", relata. "Mas a vivência de filmar no centro de São Paulo foi incrível. As pessoas passam e querem saber o que está acontecendo." O advogado Leonardo Branco, de 27 anos, confessa que ficou surpreso com a heterogeneidade dos alunos. "Cada pessoa tinha uma história completamente diferente", diz. "Também me surpreendi com o quanto é possível aprender e produzir em tão pouco tempo e com tão escassos recursos." Em seu documentário Vai Graxa, Doutor? - codirigido por Thaísa Valadão -, os protagonistas são os engraxates do centro da capital. "Sempre me incomodei com o ofício deles. A posição de uma pessoa que se abaixa diante da outra para limpar o seu calçado é, por si, perturbadora", explica. "Quisemos variar os suportes de filmagem durante as gravações, que ao todo levaram apenas dois dias, em um ritmo acelerado e alucinante", conta ele. "O processo todo, entre aulas teóricas, práticas, pesquisa, gravação e edição, levou pouco mais de três semanas." Experiência. Para o advogado, filmar no centro de São Paulo também foi uma rica experiência. "O centro é borbulhante, transborda tipos, personagens e ofícios tão diferentes entre si que talvez não haja espaço para certas formas de estranhamento", define. "E é inquietante. Lá convivem a pujança das construções que remetem ao tempo da memória, ao passado, e a miséria dos sem futuro, dos párias, dos marginalizados, do crack, da cola de sapateiro, a presença constante dos mendigos e pedintes andando ao lado de engravatados suando dentro de seus paletós", prossegue Branco. "Essa dualidade é incrível!" Serviço 10ª MOSTRA DO FILME LIVRE - 2011. EXIBIÇÃO DOS CURTAS: A PARTIR DAS 19H DE HOJE. CAPACIDADE: 70 LUGARES. ENTRADA GRÁTIS, MEDIANTE RETIRADA DE SENHA COM UMA HORA DE ANTECEDÊNCIA. LOCAL: CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL (RUA ÁLVARES PENTEADO, 112, PERTO DAS ESTAÇÕES SÉ E SÃO BENTO DO METRÔ). MAIS INFORMAÇÕES: (11) 3113-3651 E 3113-3652 OU WWW.BB.COM.BR E WWW.TWITTER.COM/CCBB_SP |
Fonte: DCI Agência Brasil SÃO PAULO - A oralidade é um dos principais instrumentos no desenvolvimento da memória auditiva e visual. Ajuda a aprender, construir o pensamento, se comunicar e a expor as idéias com mais facilidade e exatidão. Contar histórias desenvolve não só a nossa própria imaginação, como a de quem ouve. Estimula a criatividade, a curiosidade, a sensibilidade e também o aprendizado, exercitando nosso potencial intelectual, emocional e até social. Desenvolve o senso crítico, nos identifica com nossas próprias experiências. É com esse enfoque que o Projeto Caravançará atua no estado de São Paulo. Em sua primeira edição, o projeto realizou oficinas de arte-educação com crianças que, por meio do teatro de fantoches e da contação de histórias, além da construção de brinquedos feitos com material reciclável, abordavam a cidadania, a cultura, a identidade e a relação com meio ambiente. Nesta segunda edição em 2011, o “Projeto Caravançará II, agora é você que vai contar” é direcionado aos adultos e educadores que mostraram a necessidade de desenvolver suas habilidades com oralidade através da contação de histórias, em sua comunidade, escolas, no trabalho, bibliotecas e espaços sociais. Serão 40 cidades contempladas com 40 participantes por cidade. Com o Patrocínio da Usiminas e Toddynho, e o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, da Editora Brinque Book, o projeto se iniciará no dia 09 de abril, na cidade de Águas de Lindóia, seguindo para Amparo e Serra Negra. Educadores, profissionais liberais e voluntários podem participar. As oficinas tem duração de 4 horas e as inscrições são gratuitas. Informações pelo e-mail projeto@ilumina.art.br. Para saber mais sobre cidades contempladas,e outros workshops do Instituto Ilumina consulte www.ilumina.art.br. |
Fonte: Folha de S. Paulo Caderno: Ilustrada DE SÃO PAULO - O secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Andrea Matarazzo, afirmou ontem que a São Paulo Companhia de Dança terá um corte de 14% em seu orçamento. No ano passado, a companhia recebeu R$ 18 milhões e para 2011 estão previstos R$ 15,5. Os valores foram informados ao presidente da organização social que administra o grupo, José Fernando Perez, em reunião anteontem. "Nessa reunião nós falamos do sucesso do ano passado e dos planos para esse ano, o ajuste no orçamento faz parte de uma readequação global dos projetos da secretaria", disse Matarazzo. Para Perez, o ajuste não vai interferir no andamento da companhia. "A reunião deixou claro que nós e o secretário estamos de acordo em preservar a integridade do projeto e que a programação não será alterada." Segundo a Folha apurou, desde o inicio do ano, sete funcionários da companhia já foram demitidos, dada a nova situação orçamentária. Na reunião também foram abordadas declarações críticas a decisões de Matarazzo, publicadas no jornal "O Estado de S. Paulo", das diretoras da companhia, Inês Bogea e Iracity Cardoso. "O presidente esclareceu as dúvidas. As diretoras continuam no cargo enquanto a companhia tiver sucesso", disse Matarazzo. (FABIO CYPRIANO) Fonte: O Estado de S. Paulo 30 de março de 2011 - O Estado de S.Paulo A Secretaria de Estado da Cultura anunciou ontem uma redução na dotação orçamentária da São Paulo Companhia de Dança para este ano. A redução foi de R$ 18 milhões para R$ 15,5 milhões, uma queda de 13,9%. "É normal uma revisão do orçamento a cada temporada", afirmou o secretário da Cultura, Andrea Matarazzo. "Mesmo assim, a São Paulo Companhia de Dança continua com uma dotação pelo menos 50% superior à de qualquer outra companhia de dança do País", continuou o secretário. |
Fonte: O Estado de S. Paulo 01 de abril de 2011 | 0h 00 Milton Hatoum - O Estado de S.Paulo Hoje é dia da mentira. A mentira é universal: crianças e adultos de todo o planeta mentem em diferentes doses e circunstâncias. Ivone S., uma amiga brasileira que mora na Alemanha há dois anos, concordou comigo e acrescentou que a única exceção é a classe política, que nunca mente. Ivone deu vários exemplos: a) George W. Bush não mentiu quando afirmou que havia armas químicas e de destruição em massa no Iraque de Saddam Hussein. b) É equivocado o apelido que deram a Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico: Tony Bliar. c) Hugo Chávez afirmou que o capitalismo acabou com civilização em Marte. Como todos sabem, é uma afirmação verossímil, já comprovada. d) Todos os políticos do Planalto são honestíssimos e honrados: homens e mulheres que dizem a verdade e somente a verdade, mesmo diante de câmeras escondidas. e) Ninguém duvida das palavras de Kadafi. Segundo o coronel, todos os opositores a seu governo (incluindo as crianças) são terroristas da Al-Qaeda. Só os mentirosos consideram Kadafi um ditador sanguinário e excêntrico. A grande verdade é que o coronel é um homem cordato, humilde e magnânimo. f) Outro exemplo de verdade incontestável: o Pentágono e seus aliados militares da Europa morrem de pena da população civil da Líbia, um país cuja maior fonte de riqueza é a alcachofra, e não o petróleo. Depois Ivone contou que tinha ido morar na Alemanha por causa de um inseto. Um inseto? Sim, um simples inseto, disse Ivone. Quando surgiu a barata, meu chefe ficou em pânico. Barata? Chefe? Durante uma reunião em São Paulo com meu chefe, uma barata sobrevivente da última faxina rodopiou no meio da sala, prosseguiu minha amiga. Era uma barata cascuda, cosmopolita, e estava zonza. Somente dei importância à barata quando meu chefe se levantou da cadeira, acuado pela visão do inseto asqueroso. Quer dizer, asqueroso para ele, não para mim. Também detesto baratas, cascudas, cosmopolitas ou provincianas, eu disse. São seres inofensivos, protestou Ivone. E não mentem nem matam que nem os homens. Além disso, uma personagem de Clarice usou uma barata para comungar. É o máximo da transgressão e da transcendência. Sem digressões literárias, Ivone. Vamos à barata: o que você fez? Tentei tirar o inseto da sala, mas sem machucá-lo. Enquanto afastava a barata até a porta, meu chefe dizia: pise nela, esmague... E quando ela sumiu, voltei à cadeira e disse: já foi embora, doutor Klaus. Ele ajeitou a gravata, se recompôs, sentou e enxugou o suor com um lenço de seda. Estava pálido, bebeu água e observou o chão. Para reanimá-lo, informei que as vendas da empresa tinham aumentado e entreguei-lhe o último relatório. Sorriu pela primeira vez. E eu comecei a rir... É pra rir mesmo, disse o doutor Klaus. Rir e comemorar. Eu ria e mexia os ombros, como se estivesse dançando; as cócegas nas minhas costas não paravam, subiam e desciam... Você está muito mais animada do que eu, disse meu chefe. Mas o senhor não tem uma barata nas suas costas, eu disse. Como...?, ele gritou, assustado. Como ela foi parar nas suas costas? As artimanhas das baratas são incríveis, eu disse. Então tire essa barata do seu corpo, disse o doutor Klaus, nervoso. O que eu fiz? Tirei a blusa, encontrei a barata, fui até a janela e joguei-a no espaço. Era voadora, de asas potentes. Voltei à mesa e, quando me sentei, reparei no rosto vermelho do chefe, que me olhava com admiração. Quer dizer, naquele momento não sabia dizer se era admiração ou outra coisa. Eu estava de sutiã, com a blusa no meu colo. Vesti lentamente a blusa e ficamos em silêncio, um olhando para o outro. Enquanto bebia água, ele não tirava os olhos da minha blusa. Depois meu chefe encerrou a reunião. Cinco meses depois casei com Klaus Schabe e fomos morar em Hamburgo, sede da empresa onde ele trabalha. |
Notícias da Semana - 26/03 até 01/04/2011 - Parte 3
sábado, 2 de abril de 2011
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